Green Drinks 06/05

Expedição à Antártida - Thomas Ufer e Henrique Vedana

Nessa edição do Green Drinks, contamos com nossos amigos Thomas Ufer e Henrique Vedana, que nos deram o prazer de conhecer um pouco da viagem que fizeram ao continente gelado. Isso deu fôlego para uma rica discussão sobre aquecimento global, consumo consciente e outros temas que interagem com sustentabilidade. Para essa apresentação, nossos dois palestrantes trouxeram uma seleção de fotos e depoimentos que emocionaram e inspiraram todos os participantes.

Com o intuito bastante pessoal de instigar jovens capacitados e pertencentes a fortes redes sociais (ex. Pioneers of Change) a respeito do impacto do homem no planeta, Vivian Cox, agora ex CEO da British Petrol, organizou junto ao aventureiro e guru da sustentabilidade, Robert Swan, uma viagem ao estilo Darwiniano à Antártida. Para isso, foram selecionados 60 jovens num contingente de dois mil provenientes das melhores universidades do mundo e de outros contextos de destaque para conviver com 12 cientistas de lugares como MIT, CEO`s, tubarões da BP e marinheiros russos, num encouraçado militar de cem metros por trinta.

O que se pode fazer dentro de um navio desse tamanho num contexto desses? Bom, no caso, nada foi organizado propositalmente. Esse desconforto proporcionou um mergulho mais do que presencial na realidade que se passava, dando combustível para discussões ecléticas e enriquecedoras, das quais algumas foram passadas no Green Drinks.

Alguns dados sobre o território: A Antártida é o continente mais frio, ventoso, alto e seco que existe. Além disso, seu território cobre uma área equivalente a duas vezes a Austrália, seu gelo tem espessura média de dois quilômetros, chegando até a quatro. Possui 68% da água doce da terra, 90% do gelo, MUITO petróleo, ouro, urânio, entre outras preciosidades, além de cerca de 40 países fincando suas bandeiras em bases científicas financiadas pelos seus respectivos ministérios da guerra.

Para esquentar um pouquinho as coisas, é bom lembrar que ninguém pode explorar nada disso por enquanto, mas, em 2041, o tratado que selou esse acordo expira e a preservação do continente depende principalmente do contexto energético. Outros pontos a serem levantados, agora mais a respeito de aquecimento global, são os sinais deste que podem sim ser observados, como mostra o relato da experiente tripulação russa que freqüenta a região visitada há anos e dos cientistas que estudam o local. Pontos como descongelamento precoce e descolamento excessivo de icebergs, além da atípica migração de animais para partes mais frias do território, foram lembrados.

Curiosidade: A energia solar, que é utilizada para o derretimento do gelo, não reflete no aquecimento global. Ela é toda utilizada para mudar o estado físico da água. Isso traz a noção de que o aquecimento global se acelera exponencialmente e inversamente proporcional à quantidade já decrescente de gelo a ser derretido.